A fartura da oferta...
A demora na definição das nossas carreiras e afins tem como consequência a exploração desenfreada dos licenciados em Enfermagem.
Que pensa de uma enfermeira com as unhas pintadas?
O candidato que não esperava tão irrefutável prova da ancestralidade e da preservação dos sãos costumes respondeu; se estiverem bem pintadas, acho bem!Imagine-se que a pergunta era: que pensa duma enfermeira/o com as unhas cheias de surro?
A resposta seria: mandava-a lavar as mãos, antes de tocar num doente…
Esta sobriedade monacal continua a influir em pessoas, cuja capacidade para reterem o imaginário monástico da época da assistência como caridade, é infindável.
Usar estas práticas desinseridas do contexto têm o mesmo efeito da viola no enterro. Oleg e Alona São um casal de Ucranianos que não sabem falar nem escrever português. Ficaram colocados nesse famigerado concurso, abaixo dos primeiros 50 classificados, como se pode constar pela lista de classificação, no sítio do HSJ, 19,075 o Oleg – 34º e Alona 19,074 – 49º.Já estão colocados. Como não sabem o indispensável da nossa língua para o exercício da profissão, o HSJ vai proporcionar-lhes aulas de português para poderem entender e ser entendidos. Por enquanto conseguem exprimir-se através de uns expressivos uns, uns e iás, iás.
Nestes concorrentes só ficamos com duas dúvidas; sendo a entrevista oral, sem mímica, como foram feitas as perguntas, na língua ucraniana ou na portuguesa, com ou sem tradutor?
E ainda mais uma pergunta; será que já assinámos algum protocolo com a Ucrânia, que nos obrigue a repartir os postos de trabalho dos enfermeiros?
Há indícios sérios de muita coisa que não devia acontecer à Enfermagem, em Portugal, mas infelizmente acontece, onde menos ou nunca se esperaria. Por isso o outro diz, numa reunião dos comandos do PS Porto: “aos enfermeiros, já os comi”. Deram-lhe como prémio a chefia da concelhia do Porto, com a promessa de mais alguma coisa desde que… continue a comer enfermeiros, e não só, obviamente?!
Será que esta coisa que aconteceu com o casal de ucranianos tem algo a ver com o seu passado de JCP. É que foi logo acontecer no seu local de trabalho, o HSJ!Também não tiveram dificuldades em obterem equivalência numa escola de Enfermagem, ao contrário do que acontece com enfermeiros desses países terceiro-mundistas tipo Holanda e Alemanha unificada, por tal sinal, inseridos na União Europeia, onde Portugal também milita.
Quanto às facilidades com a Ordem e respectiva inscrição, é melhor nem falar, pois não nos parece que a barreira natural da língua pátria seja problema, nem as directivas comunitárias, para se aplicarem, desde que os candidatos tenham origem no sol radioso do A.Cunhal.
Não sabemos quantos pontos conquistariam os nossos colegas na Ucrânia, em igualdade de circunstâncias, supomos. Aprenderiam a língua a lavar pratos, com os cozinheiros. Em Portugal, e no Hospital de São João, têm direito a aulas de português, pagas pelo hospital, justamente no hospital onde o SES está alocado e onde não permitiu o gozo da tolerância. Foi esse Senhor mandante que, em primeiríssima mão restringiu o gozo das tolerâncias de 13 de Maio. O remendo da Ministra a descarregar nas administrações, da responsabilidade da concessão já concedida, foi muito em cima da hora. Estas como já não tinham tempo de avisar os “tolerancistas” potenciais, que tiveram de usar horas em débito, até parece que estariam no fim do mundo, que 2 ou 3 telefonemas não pudessem reverter a situação (estas horas em débito, já não prejudicam os serviços, aliás sem programa; nem mentir sabem, pois fazem de nós ainda mais burros do que…).
Quase nos atrevemos a sugerir a experimentação de emigração com os que examinaram e abriram as portas, de maneira tão desmesuradamente, descarada ao casal.
Para nós, esta atitude é tão incompreensível como aquela de estarmos tesos como um virote e termos de ir pedir dinheiro emprestado, para emprestarmos aos Gregos, quase tão tesos como nós, mas com um salário mínimo, que é o dobro do nosso; anda pelos 800.
Quem responde por tudo isto? Ninguém; porque os contestatários são agora os responsáveis directos e indirectos destas coisas. Não os desculpemos quando tentarem culpar outros.
Cordiais Saudações Sindicais,
O Presidente da Direcção - José Azevedo
NUMA PALAVRA.....RÍDICULO!!!